Uma longa história que felizmente continua, depois de engatinhar durante anos, pausada por contigências históricas muito atuais. Estou surpreso e feliz por ter encontrando, através desta página, o seguinte estudo noticiado por três dos maiores tablóides americanos.
Griffiths, R.R., Richards, W.A., McCann, U., & Jesse, R. (2006). Psilocybin can occasion mystical experiences having substantial and sustained personal meaning and spiritual significance. Psychopharmacology, 187, 268-283.
Psilocibina, para os desinformados, é uma das substâncias "alucinógenas" presentes nos cogumelos "alucinógenos" (detesto esta palavra). Existem duas substâncias "alucinógenas" presentes nestes fungos, a psilocibina e a psilocina; como a psilocibina é metabolizada em psilocina no corpo humano, esta distinção é irrelevante. A psilocibina é altamente aparentada com uma grande classe de compostos, onde se inclui vários outros "alucinógenos", como o LSD (ácido lisérgico).
Só é desgastante ver que um dos jornais ainda diz que LSD tem potencial de abuso - uma breve passada de olhos na literatura científica não condiz com isto, a não ser que se tenha redefinido "potencial de abuso" nos últimos meses, algo do que não estou certo.
Não é necessário um estudo para comprovar os efeitos subjetivos de uma experiência como esta. Quem a teve sabe disto. Um estudo é importante, contudo, em dois sentidos: a) para limpar o caminho de muita tralha, propiciando uma discussão científica, e b) poder ter voz na mídia do estabilishment, não apenas como voz de uma "minoria" de usuários, mas a voz de uma ferramenta - a ciência - que tem grande prestígio social junto a "poderes" estabelecidos.
O interessante, também, e animador, é ver a circunstância em que o acontecimento está inserido: os pesquisadores (McCann é um nome conhecido na pesquisa com o MDMA, de um modo polêmico), o laboratório (Johns Hopkins), o país, o funding. Até este momento, as poucas alternativas vinham sendo conduzidas, de uma certa forma, fora do mainstream.
O interesse da pesquisa também conta. Eles pensam em uma aplicação de tais substâncias em casos de depressão crônica - como em pacientes terminais de câncer. Esta é a tendência em grande parte das pesquisas, ou, melhor dizendo, de tentativas de pesquisa.
Uma discussão séria e lúcida pode, então, começar a ter vez. O uso de tais substâncias tem um representação social nada positiva, independente da camada da população que se trate. Nem mesmo educação superior evita isto, o que é um dado incompreensível, ao meu ver. (Seria muito, muito interessante que eu tivesse material para comprovar isto que eu estou falando, sendo que se trata somente de percepção pessoal - bem fundamentada, sendo ainda percepção pessoal. Fica uma idéia para o futuro.)
Fico aqui esperando mais experimentos, mais resultados e mais mentes dispostas. Estou torcendo por isto, dedos cruzados, fitinha no pulso.
Griffiths, R.R., Richards, W.A., McCann, U., & Jesse, R. (2006). Psilocybin can occasion mystical experiences having substantial and sustained personal meaning and spiritual significance. Psychopharmacology, 187, 268-283.
Psilocibina, para os desinformados, é uma das substâncias "alucinógenas" presentes nos cogumelos "alucinógenos" (detesto esta palavra). Existem duas substâncias "alucinógenas" presentes nestes fungos, a psilocibina e a psilocina; como a psilocibina é metabolizada em psilocina no corpo humano, esta distinção é irrelevante. A psilocibina é altamente aparentada com uma grande classe de compostos, onde se inclui vários outros "alucinógenos", como o LSD (ácido lisérgico).
Só é desgastante ver que um dos jornais ainda diz que LSD tem potencial de abuso - uma breve passada de olhos na literatura científica não condiz com isto, a não ser que se tenha redefinido "potencial de abuso" nos últimos meses, algo do que não estou certo.
Não é necessário um estudo para comprovar os efeitos subjetivos de uma experiência como esta. Quem a teve sabe disto. Um estudo é importante, contudo, em dois sentidos: a) para limpar o caminho de muita tralha, propiciando uma discussão científica, e b) poder ter voz na mídia do estabilishment, não apenas como voz de uma "minoria" de usuários, mas a voz de uma ferramenta - a ciência - que tem grande prestígio social junto a "poderes" estabelecidos.
O interessante, também, e animador, é ver a circunstância em que o acontecimento está inserido: os pesquisadores (McCann é um nome conhecido na pesquisa com o MDMA, de um modo polêmico), o laboratório (Johns Hopkins), o país, o funding. Até este momento, as poucas alternativas vinham sendo conduzidas, de uma certa forma, fora do mainstream.
O interesse da pesquisa também conta. Eles pensam em uma aplicação de tais substâncias em casos de depressão crônica - como em pacientes terminais de câncer. Esta é a tendência em grande parte das pesquisas, ou, melhor dizendo, de tentativas de pesquisa.
Uma discussão séria e lúcida pode, então, começar a ter vez. O uso de tais substâncias tem um representação social nada positiva, independente da camada da população que se trate. Nem mesmo educação superior evita isto, o que é um dado incompreensível, ao meu ver. (Seria muito, muito interessante que eu tivesse material para comprovar isto que eu estou falando, sendo que se trata somente de percepção pessoal - bem fundamentada, sendo ainda percepção pessoal. Fica uma idéia para o futuro.)
Fico aqui esperando mais experimentos, mais resultados e mais mentes dispostas. Estou torcendo por isto, dedos cruzados, fitinha no pulso.
1 comentários:
vi Deus num show do Moby, e de pertinho!
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