sexta-feira, 2 de março de 2007

Calor

Coisas a se questionar profundamente:

  1. o caráter de novidade que nosso pensamento e nossas práticas (humanas) parecem imprimir, sempre;
  2. a não-necessidade de uma "sacralidade";
  3. o ideal de progresso.

Um dos piores pesadelos deve ser o de um mundo transparente - de um mundo que funciona muito, muito bem; onde se pode ver o funcionamento de tudo.

Imortalidade e onisciência laplaciana deve ser a sombra secreta de qual todas as criaturas fogem em horror.

Sim, estamos apoiados nos ombros de gigantes... mas, de uma certa forma, não há nada de novo sob o sol.

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Está um dia terrivelmente quente aqui em Florianópolis. Ontem e hoje. O céu, azul anil, onde nenhuma nuvem pousava para nos dar refresco: a umidade da proximidade com o mar entranhava nos ossos e saía em suor escaldante. A presença insana do sol, folha alguma se mexia. Foi um dia ocupado: entreguei um trabalho, fiz uma prova, passei grande parte do dia na universidade, tive meus óculos escuros furtados, comi lanchinhos, comprei dezenas de bala de banana para distribuir entre os professores e meus coleguinhas, cheguei em casa muito, muito cansado, descobri que a moça da limpeza aqui em casa deixou todos as janelas fechadas desde o meio-dia, e meu gato mal conseguia miar, tamanho o forno aqui dentro, tomei um banho que me restaurou, e fui deitar na minha chapa macia com o ventilador soprando bafo morno em cima de mim.

Terrivelmente quente. Vou tentar ir à praia hoje, mas ainda tenho de entregar um último trabalho. Terrivelmente quente.

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