Vitor voltou da Alemanha, onde estagiou durante um ano no departamento de demos executáveis - será que escrevi certo? - de uma das maiores empresas de software do mundo, a SAP. Passa seis meses no Brasil - volta depois para lá, para mestrar. Ele relata a suas "impressões" sobre cá-esta-terra em seu novo blog, escrito em inglês para os seus colegas do velho continente.
Vamos dar oi pro Vitor, galera! Oi, Vitor!
O caríssimo Robizito vai ser casar. Será? Que coisa linda.
Se caminhares pela praça Roosevelt - Sampa - numa noite de semana e encontrares um carinha moreno, de grandes olhos e queixo mal-escanhoado, pergunte se o nome dele é Willian. Nas noites de deprê ele se manda para lá com um caderninho de "aspiral" - que arrepio que eu tenho quando escuto alguém dizer isto - e escreve, enquanto vê o povo da cena cênica paulista. Abra a Playboy deste próximo mês, abril, mês do meu aniversário, e procure por uma matéria sobre cachaça: é dele. Procure outra sobre hambúrgueres, e esta é do Bruno, que lá está também - só que nos dias de deprê ele se manda pra FNAC.
Adri(ano) agora é mestre - em psicologia, pela UFSC. Não consigo evitar a tentação de toda vez que o vejo o chamar de mestre. Todos que o viram nestes dois anos passados sabem o quanto este lindo exemplar neurótico deixou de ter vida pessoal, dedicando-se à sua pesquisa. Alguém lhe dê uma reatulizada sobre as futilidades humanas, por favor! Parabéns, meu caro Adri.
Meu pai cortou a perna com uma serra-elétrica estes dias, na região do joelho. Fui para a casa dele, visitá-lo, pensando que o encontraria de repouso na cama; ledo engano. Lá estava ele com a perna dura como uma pedra, no balcão do seu restaurante, andando pra lá e pra cá, serelepe.
Minha mãe pensa em fechar a farmácia; depois disso ela vai passear pela casa dos meus avós. Quem sabe ela não volta a estudar?
Flávio Joshin pensa em abrir uma academia de yoga com o irmão.
O que a Débora está fazendo eu não conto, pois este é um blog de família.
Minha irmã está com 20 anos e eu me surpreendo por ela ser uma mulher.
Eu vou começar estágio em psicanálise com o Sérgio, meu analista.
Mudanças, mudanças. Às vezes eu gostaria que parasse um pouco, mas na verdade eu sei que não pára, e só assusta muito quando quem não quer mudar é você mesmo. Os últimos dias foram assustadores, mas coisas novas vão aparecendo, e é um engano pensar que nada disso me toca. Por quantas coisas eu chorei, por desamparo, por desespero? Como é bom poder respirar, depois de ter de segurar o fôlego durante mais do que confortável.
Eu falo pra todos que eu tenho uma relação sui generis com os livros: eles me visitam nas horas em que costumam fazer mais sentido (claro que isto pode ser uma ilusão cognitiva proporcianada pelas vezes em que leio livros e sou profundamente tocado por eles, destacadas das vezes em que os leio e isso não acontece, mas não quero deixar a mágica se perder assim tão fácil não...) O que dizer do primeiro capítulo de A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector? Ou mesmo, eu me lembro bem de ontem, indo pro João Paulo, um bairro aqui de Florianópolis, no ônibus, abro o livro e encontro a dedicatória:
É um tanto natural e fácil amar aquilo que se é semelhante. Amar a diferença, que dificuldade!
Amar a dificuldade, que diferença!
Vamos dar oi pro Vitor, galera! Oi, Vitor!
Bem-vindo de volta, meu querido!
O caríssimo Robizito vai ser casar. Será? Que coisa linda.
Se caminhares pela praça Roosevelt - Sampa - numa noite de semana e encontrares um carinha moreno, de grandes olhos e queixo mal-escanhoado, pergunte se o nome dele é Willian. Nas noites de deprê ele se manda para lá com um caderninho de "aspiral" - que arrepio que eu tenho quando escuto alguém dizer isto - e escreve, enquanto vê o povo da cena cênica paulista. Abra a Playboy deste próximo mês, abril, mês do meu aniversário, e procure por uma matéria sobre cachaça: é dele. Procure outra sobre hambúrgueres, e esta é do Bruno, que lá está também - só que nos dias de deprê ele se manda pra FNAC.
Adri(ano) agora é mestre - em psicologia, pela UFSC. Não consigo evitar a tentação de toda vez que o vejo o chamar de mestre. Todos que o viram nestes dois anos passados sabem o quanto este lindo exemplar neurótico deixou de ter vida pessoal, dedicando-se à sua pesquisa. Alguém lhe dê uma reatulizada sobre as futilidades humanas, por favor! Parabéns, meu caro Adri.
Meu pai cortou a perna com uma serra-elétrica estes dias, na região do joelho. Fui para a casa dele, visitá-lo, pensando que o encontraria de repouso na cama; ledo engano. Lá estava ele com a perna dura como uma pedra, no balcão do seu restaurante, andando pra lá e pra cá, serelepe.
Minha mãe pensa em fechar a farmácia; depois disso ela vai passear pela casa dos meus avós. Quem sabe ela não volta a estudar?
Flávio Joshin pensa em abrir uma academia de yoga com o irmão.
O que a Débora está fazendo eu não conto, pois este é um blog de família.
Minha irmã está com 20 anos e eu me surpreendo por ela ser uma mulher.
Eu vou começar estágio em psicanálise com o Sérgio, meu analista.
Mudanças, mudanças. Às vezes eu gostaria que parasse um pouco, mas na verdade eu sei que não pára, e só assusta muito quando quem não quer mudar é você mesmo. Os últimos dias foram assustadores, mas coisas novas vão aparecendo, e é um engano pensar que nada disso me toca. Por quantas coisas eu chorei, por desamparo, por desespero? Como é bom poder respirar, depois de ter de segurar o fôlego durante mais do que confortável.
Eu falo pra todos que eu tenho uma relação sui generis com os livros: eles me visitam nas horas em que costumam fazer mais sentido (claro que isto pode ser uma ilusão cognitiva proporcianada pelas vezes em que leio livros e sou profundamente tocado por eles, destacadas das vezes em que os leio e isso não acontece, mas não quero deixar a mágica se perder assim tão fácil não...) O que dizer do primeiro capítulo de A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector? Ou mesmo, eu me lembro bem de ontem, indo pro João Paulo, um bairro aqui de Florianópolis, no ônibus, abro o livro e encontro a dedicatória:
A POSSÍVEIS LEITORES
Este livro é como um livro qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente - atravessando inclusive o oposto daquilo que se vai aproximar. Aquelas pessoas que, só elas, entenderão bem devagar que este livro nada tira de ninguém. A mim, por exemplo, o personagem G.H. foi dando pouco a pouco uma alegria difícil; mas chama-se alegria. C.L.
É um tanto natural e fácil amar aquilo que se é semelhante. Amar a diferença, que dificuldade!
Amar a dificuldade, que diferença!
2 comentários:
Muito bom saber das novidades e estar incluso nelas. Preciso falar com o Adri, não sabia que ele já se tornou mestre!
Dá próxima vez que vier para sampa não tem desculpa: tem que vir me visitar.
Abração, Luchésio!
"Demos Executivos"... ;-)
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