quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Coen

Festival mundial da Paz aconteceu aqui em Floripa, dia primeiro ao dia 6 de setembro.

Hoje é feriado, dia da independência. Eu não sou patriota MESMO, pois hoje eu acordei, vi que a Terezinha não veio, mas não estranhei, de vez em quando ela não vem. Mais tarde, escuto minha mãe roncando no quarto - ela nunca deixa de ir trabalhar de manhã, mas eu não estranhei, ela teve dias complicados. Então, meio dia e meia, desci para o meu almoço habitual no "aquilo" aqui perto - rua vazia, mercadinho fechado, o restaurante fechado. Claro, é feriado.

Não participei muito do festival não. Acho muito legal e interessante a iniciativa, mas não me agrada - falando em termos de preferência pessoal, somente - o trabalho da Unipaz. Mas eu passava lá de vez em quando, descobri a mulher das trufas, a primeira estava boa, que era somente de chocolate, mas as outras que não eram somente de chocolate pareciam ser somente de chocolate com aromatizantes. Peço delicadamente para a moça das trufas se dedicar mais a este aspecto, para o nosso próximo Festival Internacional da Paz.

Que é lindo um bando de gente se reunir para falar de paz, isto é.

Mas no último dia apareci. Tive de, conhecer a monja Coen, a famosa monja Coen que não irritou a Fernanda Young ("Irritando Fernanda Young", GNT). Ouço falar da Coen faz muito tempo. Ela falou algumas palavras no festival, e mais tarde ela proferiu uma palestra na Educação Física da Udesc - "Corporeidade, Sexualidade e Espiritualidade", junto com um doutor em sexualidade humana e mais um professor de tantra yoga, que veio para o festival também.

A palestra não importa tanto, em termos de ponto de vista sobre estes três aspectos. Praticantes religiosos costumam pensar tudo em termos de reconexão, de modo que o assuntou acabou caindo para outros lados. A platéia era pequena, pequena mesmo, assim todo mundo ficou bem à vontade para falar qualquer coisa que quisesse. E eu exercitando, como sempre, a minha (in)tolerância no escutar as opiniões "idiotas" dos outros.

Confesso, tive olhos somente para a Coen. Uma mulher de cabeça raspada, próxima dos seus 60 anos, de olhos brilhantes e vívidos, de sorrisos. E diversas vozes.

Uma suave, tranquila, e baixa, que penetrava na minha cabeça e me trazia o maior enternecimento. Principalmente quando ela falava sobre o darma.

Falando sobre baratos, sobre drogas e sobre o uso masturbatório da sexualidade, Coen nos contava sobre os meninos de rua que ela costuma visitar. Que ela chega para eles e propõe que fumem um baseado, mas sem maconha, sem tabaco, sem coisa alguma. Que fechem um - e ela vai lá e fecha e eles fecham muito melhor que ela, têm mais prática - e vamos então. Puxa fundo - ar, somente ar - segura, e expira bem devagar. O que é isso? Pranayama. Ter barato com oxigênio.

Que coisa fantástica, que coisa linda a monja Coen chegar nos meninos e meninas assim, dessa forma.

Dei um abraço nela. Foi um prazer conhecê-la pessoalmente.