Grandes baluartes intelectuais da nossa herança cultural fazem a nítida distinção entre homens e animais. A longa procura intelectual pelo que é distintivo do homem nos deixa claro: homem não é animal, e animal não é homem, seja a linha de corte a cultura, a linguagem, a inteligência, a consciência, a moralidade, a religiosidade, e outros, outros tantos.
Descartes, por exemplo, demonstrou claramente que animais são autômatos biológicos, que não sentem dor, posição confirmada e respeitada pelas nossas mais conceituadas instituições de ensino, de pesquisa, e corporações. Platão, the paragon of philosophers, classifica as nossas paixões mais "baixas" de animais, nos instando a nos livrar delas e aceder a paixões mais humanas e sublimes; visão esta que é compartilhada pelas grandes religiões mundiais, além de outros pensadores.
É tomando somente estes dois exemplos - aos quais eu poderia acrescentar tantos e tantos outros - que eu próprio conclamo a todos a abandonar o uso do fio-dental. Estudos recentes nos mostram que macacas ensinam os seus filhotes a passar fios de cabelo (humano) entre os dentes, para limpá-los e, assim, diminuir os riscos de infecções.
É evidente que, a partir do momento em que você imita um macaco, você se torna um macaco. Como poderíamos, então, continuar o vergonhoso uso de um procedimento que nos torna, cada dia mais, mais parecidos com um macaco, com um animal? É tarefa de alguns avisar a outros tais perigos que se escondem nas práticas mais cotidianas, que repetimos, sem o saber.
Eu nunca usei fio dental, e nunca o usarei.
[ditado por] Tilo, o Gato
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