sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Trabalheira

Eu vou chorar, eu vou resmungar, eu vou morder, eu vou morrer, mas eu acho que não conseguirei ser um escritor mediano do jeito que as coisas vão.

Sabem? Eu tenho medo de tudo, praticamente. Estou tendo. Qualquer coisinha me dá um calafriozinho esquisito dorsal nos braços e no peito, um nhéc-nhéc esquisito que tem a ver com agarrar, com pegar, com sangue nas mãos. Os macacaquinhos têm aquele reflexo de agarrar nos pêlos das mães, pois não? Pois sim, acho que macaquinho também. Embora sonhe em não ter que fazer mais nada do que escrever - e escrever é um pouco além de sentar na frente de um teclado e digitar, com ou sem caneca de café, depende da modalidade de culpa química no momento - eu me preocupo em ser o Lucas Silva e Silva. Em vez de o ser, porém, efetivamente e realmente.

Sendo-o, quem sabe nada disso levantaria poeira. Acho que transformarei em minha tese pessoal: nada quando acontece é pior do que parece. Tenho esta necessidade de provar isto para mim mesmo, de a à z.

Minha tese, porém, se refletirmos um pouquinho que seja nela, vai pelos dois caminhos. Tem o que acontece e parece pior antes, e tem o que acontece e realmente é muito pior do que quando você imaginava.

Então... estamos todos de acordo que no fim eu vou ter que catalogar todas as coisas que aconteceram, acontecem ou acontecerão, de acordo com os dois critérios acima? Isso sim é que é uma trabalheira. Quem precisa ser escritor com tamanho trabalho pela frente?

1 comentários:

mary jo disse...

eu nao vou de cafe nao, gosto mais de vinho ou gin tonica...
mas na falta vai cerveja ou ate alcool de garrafa (aqui nao tem como combustivel...).
acho que o alcool anestesia o medo, dai fica mais facil escrever.
Depois de catalogar, divida o resultado com o mundo, pls