Gaius Valerius Catullus.
Das tantas incertezas que rodeiam Catulo, uma delas se refere ao seu nascimento. Acreditam que tenha nascido na Gália Cisalpina - provavelmente Verona - em 84 a.C. Maiores especulações rodeiam a sua morte: talvez 54 a.C.; não há referências suas a eventos depois de 55.
Filho de uma família abastada (seu pai era amigo de Júlio César), teve acesso à educação que um jovem em seu lugar teria. Com isto, também, o que era esperado: vida política, ao que imagino que tenha sido constantemente empurrado. Muda-se cedo para Roma, que faz de sua casa para o resto da curta vida.
O que lá fez, não se sabe. Sabe-se, sim, que entrou no high society romano, onde conheceu quem seria a sua Lésbia, a sua musa de poemas líricos, satíricos, obscenos. De tanta dor e prazer.
Alguns poemas vão, de uma forma especial, para um tal de Juvêncio.
Numa época em que os melhores poetas eram aqueles que escreviam, épica e didaticamente, para Roma - senatus populesque -, Catulo era tido como um dos poetae novi, os neotéricos; escrevia para si e seus amigos, usava da linguagem coloquial, ao mesmo tempo que abusava do helenismo aprendido na escola. Versos urbanos e sofisticados de um jovem inteligente - e um tanto abusado, também.
Aceitou, durante um ano, um cargo no governo da Bitínia, entre 57 e 56 a.C. Não prosseguiu adiante.
O que nos é conhecido como a sua obra vem de um único manuscrito que sobreviveu à Idade Média, achado no começo (e perdido no final) do século XIV. Duas cópias deste manuscrito foram feitas, e uma delas se encontra preservada até hoje.
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