Não digo meu nome, pois sei lá que horas são, e meu nome não importa. Não, não sou daqueles de personalidades múltiplas e o escambau: isto fica mais para o pessoal de óculos de tartaruga quadrado e quetais, os lúgubres que fizeram morada não sei em que recantos do vasto mundo "intelectual". Eu sou eu, ora bolas. Mais que claro. Simplesmente posso dizer que quanto a nomes, tenho mais de um. Mas posso ser chamado de Lucas.
Houve vezes em que acordei e era mais Lucas do que eu mesmo. Hoje, meu bem, não foi um destes dias. A minha cama desarrumada, os livros espalhados por todos os cantos do meu quarto, as laudas e laudas de papel jornal, o jornal nacional, o grande jornal da nação; muitas ainda nem abertas. Eu não me mantenho a par dos dias, os dias passam por mim, e vou saber dos dias, dos grandes dias do grande jornal, dias depois. São minhas quartas e quintas e minhas tardes de domingo que me fazem perguntar do meu nome. Gostaria de ter o meu nome - o meu nome real, regal, o nome de sangue e realeza perdida - estampado em tipos minúsculos numa destas páginas. O que se seguiria, eu não sei.
Mas agora não é mais a manhã. A noite adentra pelas minhas narinas, e os dias que passam por mim, diferentes em sua santa complacência, perdem substância quando a noite se aproxima. Saber que é uma quarta, uma quinta ou uma tarde de domingo pode, muitas vezes, ser somente o hieroglifo, um código, uma senha sem sentido para saber, eriçando os pêlos dos braços, que a noite se aproxima.
Houve vezes em que acordei e era mais Lucas do que eu mesmo. Hoje, meu bem, não foi um destes dias. A minha cama desarrumada, os livros espalhados por todos os cantos do meu quarto, as laudas e laudas de papel jornal, o jornal nacional, o grande jornal da nação; muitas ainda nem abertas. Eu não me mantenho a par dos dias, os dias passam por mim, e vou saber dos dias, dos grandes dias do grande jornal, dias depois. São minhas quartas e quintas e minhas tardes de domingo que me fazem perguntar do meu nome. Gostaria de ter o meu nome - o meu nome real, regal, o nome de sangue e realeza perdida - estampado em tipos minúsculos numa destas páginas. O que se seguiria, eu não sei.
Mas agora não é mais a manhã. A noite adentra pelas minhas narinas, e os dias que passam por mim, diferentes em sua santa complacência, perdem substância quando a noite se aproxima. Saber que é uma quarta, uma quinta ou uma tarde de domingo pode, muitas vezes, ser somente o hieroglifo, um código, uma senha sem sentido para saber, eriçando os pêlos dos braços, que a noite se aproxima.
1 comentários:
caro lucas roberto thiago bartolomeu leopoldo de orleans e bragança,
num passado muito distante, eu adorava as tardes de domingo. depois passei a odiá-las. hoje elas me são indiferentes, porque em nada se diferenciam das noites de quinta ou das tardes de sábado. hoje eu odeio mesmo são as manhãs de segunda. mas quando chega meio dia e já não detesto mais.
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