segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Novembro

Como é bonito ver pessoas de bem-querer dormindo no sofá...

Dias bravos, estes. Mudanças de humor infernais e gelíferas. Insights para toda uma vida. Beijos e afins, velados para os não-amantes. O ócio que acompanha as greves na federal.

O desespero por Homero passou. Depois que eu percebi que a língua grega antiga tem tantos verbos quantos os gregos/aqueus/dânaos que a falavam (aproximadamente 800.00, pelo último censo), e depois de ver, no espaço de apenas 20 versos, 8 palavras diferentes para dizer "flecha, bólido", desesperei em outro sentido, na enormidade do léxico, e agora só estudo 2 horas por dia.

Em compensação, o próprio latim ficou ridiculamente mais fácil, depois deste mergulho jônico.

Pra variar, então, estou lendo Leclaire, "Psicanalisar", Umberto Eco, no livro que Will me deu de niver 7 meses atrás, e

tcharam

comecei a estudar Aristóteles.

(ALGUÉM MANDA ESTE MENINO FAZER ALGO MAIS ÚTIL, MARIQUINHA!)

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Os tempos começam a esquentar, e as comidas a mudar.

Se bem que, com o tempo louco de Floripa, nunca se sabe, e nunca se deve.

Mas, dias atrás, fomos surpreendidos com o calor honesto e sincero de um dia úmido, nordeste à proa, de verão mormacento.

No inverno como de tudo, além de fumar com gosto e provar de todas as variedades de álcool. O calor, porém, são outros bons quinhentos; dependendo do dia, mais de mil, para garantir. Detesto a sensação de gordura porejando na sombra, e o calorão depois de uma refeição mais pesada ao meio-dia.

As frutas mandam.

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Estou estupefato e desiludido comigo mesmo.

Faz tempo, e realmente bota tempo nisso, que eu não escrevo mais um poema. Não digo bom poema, ou mau poema, digo poemas, com s de plural e de abertura. Não sei do que se trata; simplesmente não rola. Boas idéias, ou melhor dizendo, as idéias de sempre, não me faltam:

- poemetos de amor, ou louvando as virtudes do beijo com gosto e frecura de maçã gala do meio-oeste;
- versos brancos para cantar (ou mugir) a melancolia;
- sonetos líricos, falando das minhas andanças e dos mergulhos e de "ó-eu-sei-sentir".

É isso mesmo, literatos revirantes em túmulos úmidos e caiados de pó de osso: estou farto, atualmente, de ser lírico. De me cantar somente.

O problema é que não sei alternativizar. Não sei ser nada mais do que eu, ou mesmo escrever nada mais do que eu.

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