Atualmente eu tenho vergonha da maioria das minhas poesias de outrora, embora saiba que tenha escrito muito melhor outrora do que atualmente escrevo - se e quando escrevo. Uma pena.
Então, escutando Satie - depois de tanto tempo! - retorna à cabeça o poemeto escrito anos atrás. Com um grão de sal, filho e espírito santo, por favor. Aproveitem que o uitubiú tem a opção de vídeos em alta qualidade, agora, e pode melhorar um pouco o som.
à Satie
O céu escuro, na janela sem vidros,
encompassa a sedosa fumaça
do cigarro enrolado
Satie. Cetim. Um pastor contando estrelas.
No acetinado. Da noite.
Cetim. Nos meus braços.
Mamilos e torso torcido
para em beijo ávido beijar-me.
Conto estrelas com a língua. Enlaço.
com o que brilha nos teus olhos.
São meus, os olhos da noite.
Se conto estrelas, traço-as.
Onde sou poeira; molda-me.
Se abres a boca, pérolas.
08/09/2005
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A mesma dica do uitubiú vale para esta apresentação de um dos temas de Philip Glass para o filme As horas, que é um dos meus favoritos. Torley mostra barbaramente como a música de Glass é tecnicamente fácil, baseada em ostinatos e harmônicos; isto não é empecilho, contudo, para que ela seja boa e aproveitável. Mas enfim, eu tenho um gosto extremamente duvidoso, para alguns - amo muito tudo isso.
Aliás, lembro-me perfeitamente do frio na barriga na primeira vez em que escutei esta música. Eu o sinto, até hoje, ao escutá-la.
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