Novidades? Sei lá.
Bem, voltei do Rô no meio de dezembro do “ano passado”. Não sabe é o que é o Rô? Apelido carinhoso. Afinal, dá-lhe carinho.
Rohatsu sesshin, sesshin de sete dias com aproximadamente 8-10 horas de zazen por dia. É uma espécie de comemoração do despertar do Buda, tradicionalmente celebrado no dia 8 de dezembro. No último dia todos ficam praticando zazen até umas 3 da manhã. No último dia – depois de ter ameaçado ir embora desde o primeiro – eu saí antes, umas seis da tarde. Aqui vai um preview do trabalho do Bruno Mitih - a quem agradeço extensivamente a hospitalidade, ele e Kênia - no qual sou um coadjuvante pego de surpresa, no Rô do ano retrasado - já!
Trouxe comigo suzuri, fude e sumi – em barrinha, um quitizinho básico para brincar com os traços japoneses. Até agora a tinta e o suzuri não foram usados: testei o pincel com nanquim escolar, descobrindo que é fantástico, até mesmo para alguém que não sabe o que “fazer” com ele. Os nossos pincéis de pintura deixam a desejar, no desenho de traços.
Hoje de noite bateu a vontade de ralar um pouco de tinta e ver a textura. Mas não tenho pressa.
Depois da minha análise proto-acadêmica de Dogen – eu me animo, é a minha natureza intelectual, não tem jeito – recebo a visita de Will, que passa uma semana por aqui. Semana de excessos leves, obviamente, como somente sói a Will trazer. Um natal cheio de comida, e um ano-novo não tão frissonante assim. Eu sempre dizia que o ano-novo era a festa – a única festa civil – que tinha verdadeira importância para mim, e este ano me pareceu um tanto quanto esquisita – tirando os fogos, que sempre adoro.
A minha única resolução de fim de ano foi a de tirar, de uma vez por todas, os meus dois sisos esquerdos; a arcada de cima está visivelmente sendo arrastada para o lado direito, e sinto tensão nos maxilares. Como tenho bruxismo...
Uma deliciosa semana em que fui na praia praticamente todos os dias possíveis. A outra resolução – uma resolução que decidi deixar em aberto, para o caso de precisar dela mais tarde – foi a de ir na praia umas duas vezes por semana, durante o máximo de tempo que o tempo possa permitir. O que quer dizer até abril, ou menos. Sou um cara de constituição fina, como um magro cachorro sarnento, e qualquer corrente de água geladas que vem lavar as praias do sul da Ilha me deixa azul como uma anêmona – como descobri no Matadeiro dias atrás, depois que fiquei horas a fio enredado e dissolvido no mar gelado.
Saldo do ano? Bem, falei disto em outros lugares, mas pode ser resumido em mortes, decepções, sustos, fraquezas, e uma pitada crescente de hipocondria. E outras tantas coisas, mas esta é a parte mais trágica, e todos sabemos que é a parte que vende mais. Ninguém quer saber sobre a água que corre nas pedras da Armação – embora Will creia que sim, e acha que alguém, ou eu ou ele, tem de virar o Jorge Amado desta ilhota aqui.
As partes boas guardo para mim e aqueles que as compartilharam comigo.
Um grande abraço, e feliz ano novo!
Bem, voltei do Rô no meio de dezembro do “ano passado”. Não sabe é o que é o Rô? Apelido carinhoso. Afinal, dá-lhe carinho.
Rohatsu sesshin, sesshin de sete dias com aproximadamente 8-10 horas de zazen por dia. É uma espécie de comemoração do despertar do Buda, tradicionalmente celebrado no dia 8 de dezembro. No último dia todos ficam praticando zazen até umas 3 da manhã. No último dia – depois de ter ameaçado ir embora desde o primeiro – eu saí antes, umas seis da tarde. Aqui vai um preview do trabalho do Bruno Mitih - a quem agradeço extensivamente a hospitalidade, ele e Kênia - no qual sou um coadjuvante pego de surpresa, no Rô do ano retrasado - já!
Trouxe comigo suzuri, fude e sumi – em barrinha, um quitizinho básico para brincar com os traços japoneses. Até agora a tinta e o suzuri não foram usados: testei o pincel com nanquim escolar, descobrindo que é fantástico, até mesmo para alguém que não sabe o que “fazer” com ele. Os nossos pincéis de pintura deixam a desejar, no desenho de traços.
Hoje de noite bateu a vontade de ralar um pouco de tinta e ver a textura. Mas não tenho pressa.
Depois da minha análise proto-acadêmica de Dogen – eu me animo, é a minha natureza intelectual, não tem jeito – recebo a visita de Will, que passa uma semana por aqui. Semana de excessos leves, obviamente, como somente sói a Will trazer. Um natal cheio de comida, e um ano-novo não tão frissonante assim. Eu sempre dizia que o ano-novo era a festa – a única festa civil – que tinha verdadeira importância para mim, e este ano me pareceu um tanto quanto esquisita – tirando os fogos, que sempre adoro.
A minha única resolução de fim de ano foi a de tirar, de uma vez por todas, os meus dois sisos esquerdos; a arcada de cima está visivelmente sendo arrastada para o lado direito, e sinto tensão nos maxilares. Como tenho bruxismo...
Uma deliciosa semana em que fui na praia praticamente todos os dias possíveis. A outra resolução – uma resolução que decidi deixar em aberto, para o caso de precisar dela mais tarde – foi a de ir na praia umas duas vezes por semana, durante o máximo de tempo que o tempo possa permitir. O que quer dizer até abril, ou menos. Sou um cara de constituição fina, como um magro cachorro sarnento, e qualquer corrente de água geladas que vem lavar as praias do sul da Ilha me deixa azul como uma anêmona – como descobri no Matadeiro dias atrás, depois que fiquei horas a fio enredado e dissolvido no mar gelado.
Saldo do ano? Bem, falei disto em outros lugares, mas pode ser resumido em mortes, decepções, sustos, fraquezas, e uma pitada crescente de hipocondria. E outras tantas coisas, mas esta é a parte mais trágica, e todos sabemos que é a parte que vende mais. Ninguém quer saber sobre a água que corre nas pedras da Armação – embora Will creia que sim, e acha que alguém, ou eu ou ele, tem de virar o Jorge Amado desta ilhota aqui.
As partes boas guardo para mim e aqueles que as compartilharam comigo.
Um grande abraço, e feliz ano novo!
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