domingo, 23 de dezembro de 2007

Bigville

Pontualmente sete dias atrás em que, sozinho no apartamento de um amigo em São Paulo, aumentava um pouco mais a temperatura do meu corpo. Febre durante três horas. Depois, passou.

Às três da manhã daquele domingo havia terminado o rohatsu sesshin do Busshinji.

Willian, o meu amigo, agora mora com Silas. Depois de perceber que dormir na casa deles - pessoas com hábitos noturnos e trabalhos demandantes - iria ser mais difícil que imaginava, tendo que acordar às cinco da manhã, a solução perfeita aparece do nada: o antigo apartamento do Silas estava vago, e ainda não havia passado de mãos. Ah, não tem colchão, nem travesseiro, nada; só livros pelo chão. Não importa. Mudei-me. E que bela vista da metrópole!

Agora eu vejo as dezenas de tonalidades de luzes diferentes, nas janelinhas que pareciam todas iguais. Que cintilamento cromático! No canto inferior esquerdo, a igreja da Consolação, do lado da praça Roosevelt, cujos sinos tocavam músicas românticas desconhecidas no meio do dia. A avenida Consolação subindo, em direção à Paulista.

Esta outra, um pouco desfocada, mais um pouco para o lado direito. Mais cores. Bonito de ver... a vista da grande cidade espraiando-se. Chegou-me a notícia que o grande prédio à esquerda é, praticamente, ocupado por travestis e drag queens. Uma torre só delas. O da direita, de vastos retângulos iluminados, era o famoso antigo hotel Hilton, agora esquecidamente abandonado e carcomido pelo tempo sem mãos humanas.

Era delicioso e muito instrutivo andar nas ruas de Sampa no comecinho da manhã, indo, e de noite, voltando.

Sobre o Rô, depois, talvez.

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