Associação Coral de Florianópolis, ontem, em sua apresentação de aniversário de 46 anos, no CIC.
Regida pelo fofo Heller, que desta vez resolveram "inovar" e fazer uma apresentação chamada Rock, juntamente com a banda Zawajus, esta que anima muitas festinhas de formatura e afins aqui pelos arrededores.
Na primeira metade do espetáculo fiquei insatisfeito: a acústica do CIC continua um tanto menos do que sempre se espera, mas as vozes das dezenas de integrantes do coral simplesmente eram apenas um murmúrio, um white noise, e se ouvia somente a bateria, o baixo, a guitarra e nem o piano do fofo Heller podia-se ouvir. Eu fiquei descontente.
Mas na segunda metade parece-me que equalizaram direito, e foi mais interessante. A interpretação da "Bohemian Rhapsody" do Queen foi muito linda: contando que eles a apresentaram ano passado, este ano ficou muito, muito melhor.
De qualquer forma, eu gostei, achei interessante, mas eu gosto de ouvir um coral ou um grupo vocal pelo o que ele é, mesmo.
Lembrei-me ontem de quando eu cantava num grupo vocal, uns quatro, três anos atrás, não me lembro. Eu não sabia (e ainda não sei) ler partitura, então o baixo cantava tudo para mim (eu era barítono), eu gravava na cabeça e mandava ver. Tenho esta boa memória musical.
Não exagero em nada ao dizer que um dos momentos mais "felizes", mais "completo", mais "banal" da minha vida foi quando, sendo uma música específica ou não, não posso lembrar, estava lá cantando de corpo e alma com todo o pessoal e uma consonância que para mim só poderia ser perfeita tomava conta. Era uma coisa linda.
O meu pequeno quinhão de voz que me cabia apoiado pelas vozes ao meu lado, reverberado, amplificado, vibrando em conjunto, até que a distinção entre a minha voz e a dos outros continua, mas importa pouco, ou de uma maneira diferente.
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