sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Aeroporto

Mãe sempre chora; não tem jeito.

Não vi a minha chorar, ontem, quinta-feira de sol e céu de brigadeiro, sem nuvens. Vi a mãe do Will, depois de ver o filho (e meu mais querido amigo) embarcando e decolando para um destino que, em menos de 24 horas, seria o espaço aéreo internacional.

Não consegui dar o último abraço: ao chegar lá, 6 e 20 da manhã, ele já se encontrava na sala de embarque. Ao menos consegui pegar o Dicionário de política do Bobbio e cols, 2v, que ele se lembrou de me emprestar à última hora. E o tchauzinho, básico. Confesso que estou triste, confesso.

Já de tarde, seria a vez da minha irmã. Estava cansado, depois de três horas de sono; com fome, sem quase nada ter comido. Mesmo assim fui, dever fraterno. Deveria ter ficado em casa, mesmo, e de qualquer maneira voltei pra casa antes de ver a maninha embarcar, e de ver a minha mãe chorar.

Ela, eu sei que volta, e de quebra com um iPod pra mim.

*****

Botei um piercing na língua na segunda-feira retrasada, logo depois de escrever o último post.

Não dói na hora, como sói ocorrer na mente de muitos partidários do contra. É um músculo meio burro, acho eu, com exceção da fabulosa superfície sensitiva, que me faz a alegria e ainda me fará a glória.

Mas tive de ficar uma semana comendo tudo, tudo mesmo, processado. Tirei do antro umbroso em que se encondia o processador, e mandei ver.

Comer papinhas, contudo, não me atrai mais. Acho que passei da época. Senti falta de mastigar as coisas.

E aproveitei o conselho de evitar bebidas alcoólicas, cigarro e café para parar um pouco com as duas últimas; aquele, para evitar a quantidade absurda de cigarros que fumo toda vez que saio, e este, para sair um pouco da minha adição com a cafeína. Dito e feito, nos dois primeiros dias, dor de cabeça constante.

Agora já posso beijar novamente, e confesso que gostei de ter um piercing.

*****

Alice adoçou a minha vida na quinta-feira retrasada, e eu dancei como nunca havia dançado em minha vida.

0 comentários: