"Empurrar o envelope".. eu fiquei imaginando como empurrar um envelope... um envelope de borracha, talvez, um pouco de ajuda da topologia...
Nada que uma pesquisa de 5 minutos na net não me mostrasse que o tal "envelope", neste caso, é um conceito matemático, o "locus da interseção de curvas consecutivas". Dêem uma olhada aqui, para uma explicação (em inglês) da expressão.
Pushing the envelope quer dizer, dona Maria, "ir além, levar além dos limites preestabelecidos".
Na síntese sonora, o "envelope" de um som é a variação de sua amplitude no tempo. Mais conhecido como "envelope ADRS", é uma modulação dos diversos componentes, no tempo, de um som específico: ataque/attack, o tempo que leva para o som chegar a sua amplitude máxima; decaimento/decay, o quanto o som cai até chegar no nível seguinte; sustentação/sustain, o nível em que o som permanece até repouso/release, que modula quão rápido ele vai se "extinguir" (pensem numa nota de piano com o pedal para um release mais lento).
Parece simples, não? E é. Mas é impressionante o quanto mexer com estes quatro parâmetros podem modificar o som. Se quiser fazer a experiência, baixe um programinha qualquer de sintetizador (como o FruitLoops, o que eu brinquei um monte) e experimente em mexer nesta curva. Ele é um dos elementos cruciais da síntese sonora, este mundo novo e selvagem e maravilhoso.
Eu sempre imagino que a música eletrônica pushes the envelope. Eu tenho estima pelos envelope pushers. Acho um trabalho maravilhoso. De vez em quando eu abro os olhos e vejo gente pushing the envelope... e sempre imagino um envelope ADRS tomando forma de som, e mais gente mexendo com LFOs, amplificadores, sintetizadores, mixers; pushing the envelope.
Eis a minha contribuição de entrada para uma eulogia da museletro, que ecoa na minha cabeça recentemente. Em breve, em breve.
0 comentários:
Postar um comentário