terça-feira, 31 de julho de 2007

Ducentésima postagem

Quais as companhias que aparecem em Blade Runner?

ANACO, Atari, Atriton, Bell, Budweiser, Bulova, Citizen, Coca-Cola, Cuisine Art, Dentyne, Hilton, Jovan, JVC, Koss, L.A. Eyeworks, Lark, Marlboro, Million Dollar Discount, Mon Hart, Pan Am, Polaroid, RCA, Remy, Schiltz, Shakey's, Toshiba, Star Jewelers, TDK, The Million Dollar Movie, TWA, Wakamoto.


Você chegou a ver todas?

Damnatio memoriae


A foto mostra Stalin e o apagamento do comissário Nikolai Yezhov, tornado persona non grata e executado em 1940.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

"No-knead Bread"

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Space Opera

Gente, estava dando uma olhada na Uncyclopedia. A Uncyclopedia é uma versão... digamos... diferente da Wikipedia: usa o mesmo modelo de artigo e postagem, mas tem um compromisso menor com a verdade científica ou filosófica ou factual. Enfim, a Uncyclopedia - ou Desciclopédia, em português - é um bando de nonsense maravilhosamente divertido.

Estava lendo sobre a descrição da Cientologia (Scientology, a religião-culto-empresa que o Tom Cruise é o mais famoso representante) na Uncy... Comecei a ler sobre a Confederação Galática, fundada 75 trilhões de anos atrás, sobre o seu líder Xenu, que trouxe vários alienígenas para a Terra em naves em forma de aviões, colocando-os todos perto de vulcões e os matando com bombas de hidrogênio - a "alma" dos aliens mortos na ocasião são a causa de tantas mazelas para a humanidade, pois elas se agarram aos corpos de carne humanos e quetais.

Eu gosto de ler estas histórias. Na Uncy tem outros artigos sobre a provável história presente, passada ou futura - como a da invasão marciana, a fundação do estado do Megatexas. Na Desci, procure por Ashtar Sheran, o líder espiritual de Elba Ramalho.

De curiosidade, porém - e esta curiosidade há de me matar... de desgosto - fui procurar na Wiki sobre esta história que a Cientologia conta. É a mesma, muitas vezes palavra por palavra. Um dos casos em que não foi preciso satirizar uma história verdadeira para a tornar ainda mais non-sense ou engraçada.

Space opera in Scientology scripture
Xenu (este tem mais figurinhas)

Uia.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Integração homem-gato

Professor, cadê você?

Os que vivem na Praça XV, no centro de Florianópolis, concordam em uma coisa: o Professor é o homem mais culto do Brasil. Há três meses, depois de mais uma noite na escadaria da catedral, ele desapareceu misteriosamente. Confusos com o sumiço, seus companheiros elaboraram várias versões para explicar o caso. O Professor é um morador de rua que se autodenomina revolucionário e que fala português, inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, holandês, ao todo, sete idiomas. Antes de ter ido embora, ensinava essas línguas aos colegas, logo após o almoço, a divisão dos restos de pães doados pelo padeiro do outro lado da rua.

Quer continuar? Vá para o blog do Bruno e procure pelo post "Professor, cadê você?".

sábado, 21 de julho de 2007

if

an infinite number of rednecks
riding in an infinite number of pickup trucks
fire an infinite number of shotgun rounds
at an infinite number of highway signs
they will eventually reproduce all
of the world's great
literature
in

braille.gif (740 bytes)


http://www.buddhamind.info/riteside/index.htm

Exercício - II

Comprei um tradutor de textos para o meu computador, esta semana passada.

Se me falta a capacidade de traduzir? Creio que não, quando se trata de um pequeno punhado de línguas, línguas que se reduzem a uns dois ou três dedos da minha mão. É que eu tenho o velho ditado italiano na minha cabeça que diz, já traduzido, que o tradutor é um traidor. Traidor do texto original, do autor de outro texto, em outra língua; amante, talvez, do seu texto, da sua autoria por tabela.

Todos os amantes e traidores, de textos ou qualquer outra coisa, crêem que o seu objeto é um elevado do resto, do todo-o-mais. Eu comprei um tradutor de textos por estar ciente da imensa continentalidade das línguas. Primo em um pequeno pedaço da Experiência Falante de todos os homens; com o meu português e demais, eu penso ser o rei do universo em uma casca de noz. E o menino das margens de um lago acinzentado pela nuvem de borrasca no meio do continente africano? Ah, estas línguas todas que eu não sei. Por mais que eu tente casar todas as minhas primas, umas com as outras.

Quem me vendeu foi um velho senhor simpático, de rugas caninas e pêlos felinos. Tresandava àquele sabor único de velhice, não o embolorado. Como pele animal curtida no sol e lavada repetidamente.

Em verdade, ele é o criador do tal método de tradução, ou melhor dizendo, o seu curador, o seu guarda. Como eu vou poder dizer mais abaixo, o M(N)étodo de Tradução é um tanto primoroso. O vendedor de fato foi quem eu imagino ser o filho, ou neto, ou qualquer descendência longa perdida na história de tal senhor. Um jovem bonito, de dentes brancos e saudáveis, e coxas fortes. Sim, um cavalo. Um belo cavalo de raça, um alazão mouro, um puro-sangue mestiço. As olheiras denunciavam o árduo trabalho em converter todo aquele trabalho - até então impresso em tipos elegantes - para um meio digital. Árduo trabalho. Imagino outros tantos quanto ele. Apareceu aqui em casa, a pele como coral, o odor marinho. Muito saudável.

Um tempo atrás, em que a Rede Mundial ainda fosse algo restrito aos militares e aos cientistas, o programa de tradução me tomaria muito espaço. Muito espaço. Nada comparado ao que ocupava antes, obviamente, mas se era gigantesco, um parente próximo da biblioteca Borgiana - da qual eu fui um dos únicos a sair vivo, embora não esteja ainda muito certo disto - ao menos era uma só, fisicamente localizável, um belo monumento à traição dos tradutores. A ambição louca daquele velhinho era disponibilizar, para todos aqueles que o quisessem, tal Método de Tradução, em sua própria casa. Com a net, nada mais fácil.

Todos sabemos qual é o grande problema com as traduções digitais: elas não traduzem. Seus algoritmos, por mais bem-construídos que sejam, não simulam o nosso falar. Eles trocam certas palavras por certas palavras, analisam algumas expressões e trocam por outras, embutidas em sua programação por um homem cansado, porém atento. Até mesmo analisam contextualmente, fazem cálculos de probabilidade e sorteiam, da mesma medula que o tal do homem cansado os deu. Um dia, as máquinas vão aprender a falar - se é que não já aprenderam. Talvez uma delas tenha aprendido a falar e nunca mais parou; está trancafiada em um sótão em Viena. Só que os algoritmos não sabem trair. Eles não traduzem.

Meu querido amigo me contou que este problema é fácil de ser solucionado: basta disponibilizar todas as traduções possíveis em todas as línguas possíveis. Diferentemente da biblioteca Borgiana, porém - trabalho inútil, segundo ele - só os textos que existem agora terão traduções agora. Este relato que vos escrevo, por exemplo, está em andamento em várias línguas, do ramo românico, saxão, eslavo, chinês e hindu. Mais de dois tradutores em cada uma delas se ofereceu para me traduzir. Os resultados podem ser acessados facilmente através da Web; o programa é relativamente barato, e expira somente depois de 30 anos. O prédio usado anteriormente para tal procedimento maciço está sendo transformado em fábrica de hambúrgueres. Volumes valiosíssimos - como 13 traduções em russo de todos os volumes de Júlia, Sabrina e Bianca - estão sendo leiloados a preço de banana.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exercício - I

Não digo meu nome, pois sei lá que horas são, e meu nome não importa. Não, não sou daqueles de personalidades múltiplas e o escambau: isto fica mais para o pessoal de óculos de tartaruga quadrado e quetais, os lúgubres que fizeram morada não sei em que recantos do vasto mundo "intelectual". Eu sou eu, ora bolas. Mais que claro. Simplesmente posso dizer que quanto a nomes, tenho mais de um. Mas posso ser chamado de Lucas.

Houve vezes em que acordei e era mais Lucas do que eu mesmo. Hoje, meu bem, não foi um destes dias. A minha cama desarrumada, os livros espalhados por todos os cantos do meu quarto, as laudas e laudas de papel jornal, o jornal nacional, o grande jornal da nação; muitas ainda nem abertas. Eu não me mantenho a par dos dias, os dias passam por mim, e vou saber dos dias, dos grandes dias do grande jornal, dias depois. São minhas quartas e quintas e minhas tardes de domingo que me fazem perguntar do meu nome. Gostaria de ter o meu nome - o meu nome real, regal, o nome de sangue e realeza perdida - estampado em tipos minúsculos numa destas páginas. O que se seguiria, eu não sei.

Mas agora não é mais a manhã. A noite adentra pelas minhas narinas, e os dias que passam por mim, diferentes em sua santa complacência, perdem substância quando a noite se aproxima. Saber que é uma quarta, uma quinta ou uma tarde de domingo pode, muitas vezes, ser somente o hieroglifo, um código, uma senha sem sentido para saber, eriçando os pêlos dos braços, que a noite se aproxima.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Escrevendo

Coisas ficando difíceis. Coisas ficando fáceis.

Está cada vez mais difícil escrever, atualmente. De vez em quando eu me pergunto se seria este o fim deste blog; mas então percebo que a pergunta só faz sentido se eu penso que há alguém que realmente me lê e que espera que eu escreva alguma coisa. Se não há, está tudo muito bem. Então continuo escrevendo.

*****

Meu gato está no meu colo, agora. Não digo nem colo, que colo não descreve a estranha posição dele em cima de mim. Ele está com a bunda apoiada no meu antebraço esquerdo, e o focinho no meu antebraço direito. O movimento do meu punho esquerdo ao teclar levanta e abaixa o traseiro dele, o que ele parece apreciar, pelo movimento da cauda e pela complacência. Agora ele se apóia em mim como se eu fosse de madeira ou pedra, procurando pontos de apoio para descer para o chão, onde se senta com as patas sempre unidas e se lambe.