Levei três horas para limpar o meu mail no gmail. Montes de megas de informação inútil, que agora não mais existam - pelo menos para mim. Ficou o essencial e o pessoal, coisas que sempre deixo ficar.
Retraçar os seus passos postais virtuais nos últimos dois anos é uma experiência que sempre traz surpresas. Nossa memória é muito seletiva. Mesmo que exista a possibilidade de que "gravemos" tudo, a memória é uma construção a posteriori. Faz-se um esforço danado para fazer uma memória.
Quantos contatos em aberto, quantas perguntas prementes, quantas promessas não cumpridas! Quantos tiros para o ar, sem nenhum alvo. Quantos interesses agora distantes. Quantos planos agora esquecidos.
Isto tudo vem contra a constância imaginária que vejo na minha vida cotidiana. Embora, é claro, dois anos sejam muito tempo.
Percebi o quanto eu sou fuxiqueiro. As mensagens mandadas para personalidades acadêmicas, no Brasil e exterior, fazendo perguntinhas matreiras, exigindo textos inéditos e réplicas teóricas, ou até mesmo opiniões e compartilhando pequenas angústias.
As trocas de trocadilhos e xingamentos e engraçadices com amigos próximos.
Outras mensagens de grave consideração.
E afins.