terça-feira, 26 de junho de 2007

Destrinchando um boi

O cozinheiro do Príncipe Wen Hui
Estava destrinchando um boi.
Lá se foi uma pata,
Pronto, um quarto dianteiro,
Ele apertou com um dos joelhos,
O boi partiu-se em pedaços.
Com um sussurro,
A machadinha murmurou
Como um vento suave.
Ritmo! Tempo!
Como uma dança sagrada,
Como "a floresta de arbustos".
Como antigas harmonias!

"Bom trabalho"! exclamou o Príncipe.
"Seu método é sem falhas"!
"Método"? disse-lhe o cozinheiro
Afastando a sua machadinha,
"O que eu sigo é o Tao,
Acima de todos os métodos!

Quando primeiro comecei
A destrinchar bois
Via diante de mim
O boi inteiro
Tudo num único bloco.

"Depois de três anos
Nunca mais vi este bloco
Via as suas distinções.

"Mas, agora, nada vejo
Com os olhos. Todo o meu ser
Apreende.
Meus sentidos são preguiçosos. O espírito
Livre para operar sem planos
Segue o seu próprio instinto
Guiado pela linha natural,
Pela secreta abertura, pelo espaço oculto,
Minha machadinha descobre seu caminho.
Não corto nenhuma articulação, não esfacelo nenhum osso.

"Todo bom cozinheiro precisa de um novo facão, uma vez por ano - ele corta.
Todo cozinheiro medíocre precisa de um novo cada mês - ele estraçalha!

"Eu sou a mesma machadinha
Há dezenove anos.
Cortou mil bois.
Sua lâmina é tão fina
Como se fosse afiada há pouco.

"Não há espaços nas articulações;
A lâmina é fina e afiada:
Quando sua espessura encontra
Aquele espaço
Lá você encontrará todo o espaço
De que precisava!
Ela corta como uma brisa!
Por isso tenho esta machadinha há 19 anos
Como se fora afiada há pouco!

"Realmente, há, às vezes,
Duras articulações. Vejo-as aparecendo
Vou devagar, olho de perto,
Seguro a machadinha atrás, quase não movo a lâmina,
E, vapt! A parte cai
Como um pedaço de terra.

"Então retiro a lâmina,
Fico de pé, imóvel,
E deixo que a alegria do trabalho
Penetre.
Limpo a lâmina
E ponho-a de lado".

Disse o Príncipe Wan Hui:
"É isso mesmo! Meu cozinheiro ensinou-me
Como devo viver
A minha própria vida!"


versão de Thomas Merton, A via de Chuang Tzu.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Probabilidades

domingo, 17 de junho de 2007

Fala em e para a análise

A psicanálise é voltada extensivamente para a palavra: o uso dela pelo analisando, o que ele conta, as interpretações do analista. Com Lacan, o inconsciente estruturado como uma linguagem perde o caráter de "profundezas do eu" e passa a estar aí, a olhos vistos. Existe somente um inconsciente na análise, e é o do analisando: e deste inconsciente pode-se dizer que ele existe somente na análise, ali onde ele aparece - que ele é produzido na análise.

A ênfase nas palavras, no que é dito, na fala do analisando, é criticado. Muitos dizem que é um limite, implicando que a análise poderia ir muito além se prestasse mais atenção a outros aspectos - corpo, gestos - e se também trabalhasse neles. Outros dizem que falar pode ser um processo ainda mais alienante. Outros dizem simplesmente que falar e falar pode no máximo provocar um alívio momentâneo.

É interessante perceber que, na controversa história da psicanálise, temos o caso de Reich, psicanalista que começa a trabalhar fortemente com o conceito de "couraça do caráter", deslizando deste modo para um trabalho mais corporal - e muito interessante. Temos também Perls, psicanalista, que felizmente critica Freud e, adotando certas visões fenomenológicas-existenciais presentes na época, cria a Gestalt-terapia. Temos Jung, o futuro herdeiro de Freud, que amplia o conceito de libido até o transformar em uma espécie de energia cósmica, quando então é deserdado.

Porque a psicanálise se apóia tanto no que o analisando diz? Porque não abrir um pouco o escopo e colocar nisto os gestos, o movimentos, os tiques? Porque ela se "limita" a meras palavras?

Por uma questão de método, de coerência e de funcionalidade. Se não for assim, a psicanálise deixa de ser análise e passa a ser outra coisa.

O psicanalista faz aquilo que menos fazemos na nossa vida cotidiana: ele escuta, uma escuta muito diferenciada.

Quando falamos uns com os outros, esperamos fazer sentido e ser compreendidos. Grande parte das vezes isso não acontece, e então nos esforçamos mais para fazer sentido. Fazemos sentido com palavras, gestos e ações: e o outro faz o esforço necessário para compreender. É como se houvesse, em cada diálogo humano, um campo que está presente e que o circunscreve, e que delimitaria as regras do diálogo. Este campo, obviamente, é uma metáfora, tirada da física. O namorado fala com a namorada dentro deste campo, o campo do namoro, e automaticamente o diálogo muda quando o campo muda - o namorado que terminou o namoro não pode mais dizer e fazer as mesmas coisas que dizia e fazia antes, que pareciam tão naturais. De onde vem este campo, seus fatores, sua delimitação, é estudo da psicologia, da lingüística, e não é a questão crucial da psicanálise. É, realmente, nada mais que uma metáfora.

Neste sentido, o psicanalista faz aquilo que menos fazemos: ele pede que o analisando fale o que lhe vier à cabeça, qualquer coisa, por mais idiota ou sem sentido que possa parecer, e escuta! Ele simplesmente não se importa se faz sentido ou não. E o analisando faz aquilo que menos faz no cotidiano: fala tudo o que vier à cabeça - ou tenta (associar livremente parece fácil, mas não é tão fácil, no divã...). O analisando associa livremente, e o analista escuta com atenção flutuante. É esta a fala que se trata na psicanálise, e não o fazer-sentido cotidiano. O psicanalista que se aventurasse a analisar a roda de chopp correria o risco de ser linchado, como nos diz Fabio Herrmann.

É esta "regra fundamental" que faz com que a fala na análise tenha a sua premência: a regra da associação livre. Se fosse simplesmente falar como falamos sempre, o analista seria, no máximo, uma pessoa mais sabida que saberia uma solução para os nossos problemas - seria somente um sentido a mais.

A experiência da fala no campo analítico é distinta do "cotidiano". Ela não procura acrescentar sentidos à nossa vida, à nossa análise, embora obviamente vamos tirando sentido da análise também. A escuta do analista escuta o que se fala além, escuta a lógica do chamado inconsciente.

Alguma coisa, como sempre, CONTINUA...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Bamboo

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Planta-ovo

A planta-ovo é a beringela. Perguntava-me Will a respeito do nome, egg-plant; e eu, muito erudito, repassava a informação colhida naquela tarde. A beringela selvagem (imaginem uma beringela selvagem, que ameaça à sociedade ela pode ser!) tem em média 3 centímetros de tamanho. É pequena, mas mortal. Provavelmente ela deve ter a forma de um ovo; um ovo escuro, talvez, sed ovum. Ergo, foi chamada de planta-ovo (ou melanzane, ou aubergine, ou nasu, ou brinjal, ou beringela). Suas primas mais civilizadas, contudo, tornaram-se aquelas senhoras beringelas, gordas e polpudas.

A beringela tem um poder fantástico de absorver qualquer tipo de gordura que você coloque nela. Duas beringelas médias podem, com toda a facilidade - e debochando da sua cara, se permitires - sugar o conteúdo de uma latinha de um quarto de litro de azeite de oliva. Sem titubear, sem um ai. É a coisa que as beringelas mais querem na vida: gordura. Água, luz do sol, minerais: tudo isto é colateral na vida de uma beringela, somente um meio para um fim mais nobre - sugar azeite de oliva e ser assadas em fogo alto.

As pessoas têm diversas formas de se haver com as beringelas. Uma seita alimentar moderna que começa com "macro" e termina com "biótica" diz que elas, as tadinhas plantas-ovo, são tóxicas, juntamente com o tomate e a batata, com as quais dividem a mesma família botânica das solanáceas. Uma pena, pois a mistura das três - juntamente com um bocado de pimenta, que também é uma solanácea - e cominho dá um belo, nutritivo e delicioso prato. O cominho é opcional, obviamente.

A questão da toxicidade das solanáceas não é motivo de dúvida: o motivo para cortarmos fora os brotinhos verdes que costumam nascer nas batatas é, exatamente, pelo motivo que na planta batatal a única parte que não é tóxica o bastante é o bulbo que chamamos batata. Quando a batata começa a crescer, concentrações de alcalóides aumentam nos brotos. As solanáceas são as plantas mais famosas da Terra, pelo serviço prestado aos nossos ancestrais, através dos seus alcalóides ("beladona" lhe sugere algo?).

Outras pessoas as amam. Talvez o lema das beringelas seja, realmente, beringelas: ame ou deixe elas. Felizmente as pessoas mais amam que as deixam, o que já se evidencia pelo fato de que, para um ovo escuro crescer até ficar do tamanho de um filhotinho de porco, alguma coisa a mais que o velho algoritmo darwiniano precisa atuar. Na Índia, a beringela é considerada a "rainha dos vegetais". Não é surpreendente vindo de um país em que as pessoas só tem vegetais para comer, muitas vezes. Resta saber se ela é rainha por um quê a mais, ou se é rainha pela sua presença constante e pressurosa.

Se ela é rainha, porém, o seu tratamento não é real. Macera-se, soca-se, corta-se, amassa-se, assa-se, frita-se, salga-se, tempera-se a beringela. Não conheço monarquia em que se louva a majestade com tratamento tão brutal - talvez na Revolução Francesa.


O meu primeiro contato com a beringela deve ter sido, provavelmente, com a beringela à milanesa. Durante muito tempo se achou, neste país, que o único uso a esta coisa preta fosse passá-la em farinha de rosca e ovo e fritar grossas fatias, que perderiam água, sugariam óleo e ficariam crocantes por fora e cremosas por dentro. As famílias emigrantes do Oriente Médio guardavam os seus olorosos segredos de beringela dentro de suas casas. Cosa nostra. Estes segredos incluíam suaves cremes de beringela, carinhosamente batidos; beringelas estalantes e cricrilantes, cuja casca rompia-se desapaixonadamente, como um relâmpago, recheadas com carnes, arroz, vegetais, temperos - ou a própria ela-mesma, retirada, processada e recolocada por mãos de dedos grossos.

A beringela, assim como as mais gostosas e mais suaves coisas da vida, é daquelas que a simplicidade é o dom e a regra. Colocada num forno com azeite, sal e pimenta, é antepasto, pasto e pós-pasto, acompanhada de um bom pão. Chorei de alegria quando, estes dias, descobrimos por acidente a beringela perfeita: as tiras longitudinais, salpicadas por azeite e sal, colocadas em forno altíssimo. Um pré-tratamento para uma futura lazanha, que saiu melhor que o mais apurado cuidado. O óleo salpicado - imagine você borrifando azeite de oliva como água - que não encharcava a beringela, e ao mesmo tempo lhe dava amparo espiritual para enfrentar o forno, deixou o resto da sua polpa entregue a si mesma, liberando seus sucos e aromas que, sublimados pela temperatura altíssima, não tinham mais o que fazer a não ser na polpa se agarrar, só que desta vez transmutados em algo mais - um éter, a quintessência.

Parada Gay

A parada gay de São Paulo, este ano, ganhou da parada de Jesus - em São Paulo - por meio milhão de pessoas, pelas estimativas.

3,5 milhões de pessoas somam 2 porcento da população brasileira. Seja protestando pelo fim da homofobia, celebrando a diversidade, festando com os amigos, fazendo um arrastão, caçando um parceiro(a), exibindo o corpinho sarado ou simplesmente fugindo da multidão, como a Gretchen, 3,5 milhões de pessoas reunidas nas ruas da maior metrópole brasileira é um luxo. Oxalá números menores pudessem ser reunidos por outros motivos. Ia ser algo legal de se ver, 1 milhão de pessoas reunidas na maior metrópole do Brasil pelo fim da corrupção - eu também tenho uma veia utópica.

Ironicamente, porém, um dos poucos incidentes da parada foi o esfaqueamento e a morte de um homem que não fazia parte dos 2 porcento (era francês) e, pela apuração policial até agora, não era gay. Um provável crime de ódio que errou de alvo. 3,5 milhões de pessoas e um episódio irônico podem fazer uma combinação interessante, em termos políticos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Minhas palavras não seguem
minha poesia ritmos
minha prosa é tépida e lenta e gasosa

Pudera. Palavras.
Como mostrar a você 5 enésimos de um mundo
em palavras que contam um enésimo cada?
Velocidade inalcançável.

A música faria melhor, se o pudesse.
Ela sempre se reduz ao parvo silêncio.
Portentoso silêncio. Magnífico silêncio.
Porém silêncio.

Consegue você dividir as palavras?
Persegui-las, alcançá-las,
encará-las,
dividi-las,
romper a escuridão de uma palavra em suas monumentais letras de gesso
fazê-las abrir-se como a flor de um ferimento sem sangue
um corte simples
uma carne morta

e olhar para diante e quem sabe o quê.

Talvez fosse o mundo uma cortina, talvez o fosse.
Talvez houvessem buracos. Talvez houvesse além, e

domingo, 10 de junho de 2007

Balde de sangue quente:
rio interno. Tão perto
deste mar insosso, ar
corrente. Barreira de
carne: gaiola de idéias:
ferrugem.

Jacas e Bananas

terça-feira, 5 de junho de 2007

As fotinhas da Dé

A Dé é uma amiga de longa data. Formou-se em Jornalismo na UFSC recentemente, junto com Iso e Ju (ou Isadora e Willian, como quiseres). Tendo como paixão secreta a fotografia, Débora se perdeu nos vastos caminhos da yoga, esbarrando de leve no vipassana, para, então, reencontrar a sua grande paixão - a Lomo? Outra grande paixão é o (o que ele é, Dé, guitarrista? baixista? vocalista? enfim...), é o integrante de uma banda nova e promissora da ilha.

Ela está com um site, onde coloca as suas fotinhas. De vez em quando aparece alguma coisa boa :D então eu deixo aqui para quem quiser dar uma olhadinha (já que eu não posso copiar e colar).

domingo, 3 de junho de 2007

"Especulações em torno da palavra homem"

A ser lido sem pressa alguma... em voz alta.

ESPECULAÇÕES EM TORNO DA PALAVRA HOMEM

Carlos Drummond de Andrade

Mas que coisa é homem,
que há sob o nome:
uma geografia?

um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que a desmonte?

Como pode o homem
sentir-se a si mesmo,
quando o mundo some?

Como vai o homem
junto de outro homem,
sem perder o nome?

E não perde o nome
e o sal que ele come
nada lhe acrescenta

nem lhe subtrai
da doação do pai?
Como se faz um homem?

Apenas deitar,
copular, à espera
de que do abdômem

brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes

de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai e outro pai

e um pai mais remoto
que o primeiro homem?
Quanto vale o homem?

Menos, mais que o peso?
Hoje mais que ontem?
Vale menos, velho?

Vale menos, morto?
Menos um que outro,
se o valor do homem

é medida de homem?
Como morre o homem,
como começa a?

Sua morte é fome
que a si mesma come?
Morre a cada passo?

Quando dorme, morre?
Quando morre, morre?
A morte do homem

consemelha a goma
que ele masca, ponche
que ele sorve, sono

que ele brinca, incerto
de estar perto, longe?
Morre, sonha o homem?

Por que morre o homem?
Campeia outra forma
de existir sem vida?

Fareja outra vida
não já repetida,
em doido horizonte?

Indaga outro homem?
Por que morte e homem
andam de mãos dadas

e são tão engraçadas
as horas do homem?
mas que coisa é homem?

Tem medo de morte,
mata-se, sem medo?
Ou medo é que o mata

com punhal de prata,
laço de gravata,
pulo sobre a ponte?

Por que vive o homem?
Quem o força a isso,
prisioneiro insone?

Como vive o homem,
se é certo que vive?
Que oculta na fronte?

E por que não conta
seu todo segredo
mesmo em tom esconso?

Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?

Por que não se cala,
se a mentira fala,
em tudo que sente?

Por que chora o homem?
Que choro compensa
o mal de ser homem?

Mas que dor é homem?
Homem como pode
descobrir que dói?

Há alma no homem?
E que pôs na alma
algo que a destrói?

Como sabe o homem
o que é sua alma
e o que é alma anônima?

Para que serve o homem?
para estrumar flores,
para tecer contos?

Para servir o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?

E sabe o demônio?
Como quer o homem
ser destino, fonte?

Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?

Meus livrinhos - parte um

Duas lembranças de leitura da minha juventude jovem me vieram com mais força, estes últimos dias. Estou em busca do tempo perdido; sem madeleines, mas com ajuda de pé-de-moleques. O que se tratava de uma mera lembrança, portanto, agora se trata de pistas importantes para algo que eu não sei o que é.

E a internet é uma mão na roda para isto. Achei que ia demorar mais tempo, já que eu não dispunha de nomes e nada a não ser a minha lembrança e conhecimento de palavras-chave: mas em quinze minutos encontrei as duas referências que eu queria. Uma delas, que fica para a próxima - talvez alguém se lembre com emoção e então poderemos ser nostálgicos juntos - é Mai, Garota Sensitiva. Lançado em 1992 - eu tinha 9 anos - foi um dos primeiros mangás a aparecer nos EUA e aqui no Brasil, pela editora Abril. Imagens dele grudaram na minha retina imaginária até os dias de hoje. Durante a minha mudança do bairro de infância para cá onde estou, aos 13 anos, estes "gibis" sumiram, para a minha tristeza na época.

E então, alguém se lembra de uma coleção chamada Aventuras Fantásticas? Eram um livrinhos "de RPG", como o chamavam, de capas com desenhos interessantes e verdinhos. Tinha mais de 20 títulos, dos quais cheguei a brincar com uns cinco, no máximo. Como é que funcionava? A Ediouro, nesta mesma época, tinha uma coleção "Enrola e Desenrola", ou alguma coisa "Escolha a sua aventura". A premissa é mais ou menos esta: o livro dispõe de uma quantidade de seções numeradas. Começando com a primeira, você toma uma escolha que, cada uma delas, o remete a uma seção diferente, e assim vai até terminar.

Esta série "Aventuras Fantásticas" adicionava um toque a mais, acrescentando nuances de RPG - como a definição de pontos iniciais, que eram utilizados nos "combates" e em outros impasses, e o uso de dados para determinar tais resultados.

Um título foi especial para mim. A maioria deles era de um colorido medieval RPGéico, com monstros e tesouros e feiticeiros e a balaiada toda. Alguns não o eram: uns eram mais voltados para a issai-fai. "Planeta Rebelde", porém, me fascinou de uma forma especial. A história issai-fai era interessante, na época; os problemas eram mais interessantes - incluindo um problema "final" que envolvia números binários e que eu achei o máximo; e as ilustrações. Ah, as ilustrações. Acabei de vê-las agorinha mesmo e, além da animação ao ver coisas passadas, relembrei do tesão que eu tinha com aquelas ilustrações, e como aquele "estilo" ficou comigo durante muito, muito tempo - principalmente nas ilustrações que eu próprio fazia.

(Não estou falando da ilustração da capa, por favor.)

Para quem quiser conferir, um pessoal disponibilizou o livro em formato PDF aqui. Então talvez possam sentir o Luquinha.