sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Where ignorance is bliss,

'tis folly to be wise.

Pequeno refrão, se não me engano tomado dos poetas transcendentalistas ingleses circa 1700. Preguiça de googlear, e para quê?

A questão: ignorância pode ser fonte de tranquilidade, de felicidade. Saber é cruel. É uma tolice querer saber. Então.

Pergunta em aberto. Importante para mim, pois até o momento tenho escolhido ir pelo caminho do saber. Saber não no sentido de um conhecimento filosófico ou científico, mas uma verdade, para se dizer assim, de mim mesmo. O que tem se mostrado, ultimamente, uma merda.

A vontade que tenho é de virar camponês, esquecer tudo, fortalecer os músculos, passar um pouco de fome, preocupar-me com coisas mais concretas; coisas mais triviais, do meu ponto de vista, pois elas estão praticamente dadas, pelo momento.

Em termos figurativos, ir morar em um kibutz e pronto. Uma coisa assim que poderia ser salutar.

Mas então, este sentimento de, kibutzeando ou não, as coisas acabariam me perseguindo, este saber encontraria um meio de aparecer novamente e ficar me perguntando? Por que isto?

"Então, Lucas", enquanto eu escavo um pouco de terra seca para enxertar alguns pezinhos de raiz-forte, "será que você esqueceu de mim?", pergunta a pergunta. E eu vou dormir com esta coisa enxertada em mim.

Isto acontece. Em retiros e tal. Sou sempre o último a dormir. Começo a imaginar que certas perguntas continuam pressionando até encontrar uma resposta satisfatória - ou então até a desconstrução da pergunta.

Mas enfim. Quem disse que isto é somente um mal? Ninguém. Mas tem um certo precinho a ser pago, uma espécie de mal-estar que a maioria dos meios que possuo pode somente aliviar um pouquinho. Sejam cigarros ou remédios ou conversas.

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