domingo, 3 de junho de 2007

Meus livrinhos - parte um

Duas lembranças de leitura da minha juventude jovem me vieram com mais força, estes últimos dias. Estou em busca do tempo perdido; sem madeleines, mas com ajuda de pé-de-moleques. O que se tratava de uma mera lembrança, portanto, agora se trata de pistas importantes para algo que eu não sei o que é.

E a internet é uma mão na roda para isto. Achei que ia demorar mais tempo, já que eu não dispunha de nomes e nada a não ser a minha lembrança e conhecimento de palavras-chave: mas em quinze minutos encontrei as duas referências que eu queria. Uma delas, que fica para a próxima - talvez alguém se lembre com emoção e então poderemos ser nostálgicos juntos - é Mai, Garota Sensitiva. Lançado em 1992 - eu tinha 9 anos - foi um dos primeiros mangás a aparecer nos EUA e aqui no Brasil, pela editora Abril. Imagens dele grudaram na minha retina imaginária até os dias de hoje. Durante a minha mudança do bairro de infância para cá onde estou, aos 13 anos, estes "gibis" sumiram, para a minha tristeza na época.

E então, alguém se lembra de uma coleção chamada Aventuras Fantásticas? Eram um livrinhos "de RPG", como o chamavam, de capas com desenhos interessantes e verdinhos. Tinha mais de 20 títulos, dos quais cheguei a brincar com uns cinco, no máximo. Como é que funcionava? A Ediouro, nesta mesma época, tinha uma coleção "Enrola e Desenrola", ou alguma coisa "Escolha a sua aventura". A premissa é mais ou menos esta: o livro dispõe de uma quantidade de seções numeradas. Começando com a primeira, você toma uma escolha que, cada uma delas, o remete a uma seção diferente, e assim vai até terminar.

Esta série "Aventuras Fantásticas" adicionava um toque a mais, acrescentando nuances de RPG - como a definição de pontos iniciais, que eram utilizados nos "combates" e em outros impasses, e o uso de dados para determinar tais resultados.

Um título foi especial para mim. A maioria deles era de um colorido medieval RPGéico, com monstros e tesouros e feiticeiros e a balaiada toda. Alguns não o eram: uns eram mais voltados para a issai-fai. "Planeta Rebelde", porém, me fascinou de uma forma especial. A história issai-fai era interessante, na época; os problemas eram mais interessantes - incluindo um problema "final" que envolvia números binários e que eu achei o máximo; e as ilustrações. Ah, as ilustrações. Acabei de vê-las agorinha mesmo e, além da animação ao ver coisas passadas, relembrei do tesão que eu tinha com aquelas ilustrações, e como aquele "estilo" ficou comigo durante muito, muito tempo - principalmente nas ilustrações que eu próprio fazia.

(Não estou falando da ilustração da capa, por favor.)

Para quem quiser conferir, um pessoal disponibilizou o livro em formato PDF aqui. Então talvez possam sentir o Luquinha.

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