sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Estava lendo aqui, nesta madrugada, algumas acusações que ex-devotos do tal Sai Baba fizeram.

Abuso sexual de homens jovens, encenações e truques mágicos do que seriam "materializações", uso do dinheiro das doações. Enfim.

Estas são apenas as acusações (quem quiser saber mais, googleie por David Bailey, "The Findings"). A própria organização do Sai tem sua réplica, que eu comecei a ler, mas o estilo é praticamente soporífero, em muitos casos. Eu sinceramente não tiro nenhuma conclusão.

Digo apenas que não existe coisa que me tantaliza mais do que a perfídia e a escravidão mental que muitas práticas religiosas e devocionais trazem consigo. Eu fico chocado e muito, muito revoltado com este aspecto tão presente, reatualizado a cada instante. Ou você acha que no nosso mundo "esclarecido" estas coisas não acontecem?

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"Pareidolia" é um tipo de ilusão ou percepção equivocada, provocada por um estímulo vago ou obscuro. A definição é do Skeptic's Dictionary. É na pareidolia que o Rorschach se baseia. O caso do rosto marciano, se trata da mesma coisa. Do olho de Deus em um pulsar. Da face de Jesus em uma nebulosa - ou em um tronco de árvore - ou em uma tortilla.

Todos nós somos tendenciosos neste sentido. Vemos faces, mais do que tudo, onde sombras e manchas estão. Vemos muita coisa. Para quê cultuar uma tortilla? Cantemos a criatividade humana, em vez disso.

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Fico triste. Não me vejo como um idealista. Não creio que uma humanidade error-proof seria mais feliz. Não creio que acreditar em coisas inacreditáveis deixa as pessoas infelizes. E, contudo...

Tenho de andar com um espelho do meu lado, e parar para olhar - sempre.

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Uma pequena aranha na minha perna, agora.

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