segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Resumo da Ilíada para o vestibular 2006

Minhas hipérboles estão assumindo feições... hiperbólicas?

Minto quando falo de oito palavras diferentes para "flecha, bólido" em menos de vinte versos da Ilíada. Foram apenas quatro, ao menos no livro alfa. Oistos, ion, bélos e kêla, para os curiosos. Acho que me confundi com tóksos e bios, arco.

A Ilíada fulgura em atos e palavras. O desenrolar é muito interessante: Homero não perde tempo em caracterizar ou introduzir ambientes, ou mesmo personagens, com detalhamento. A primeira palavra do poema, aliás, é o tema, ou a "causa" (na típica acepção grega de causa; lembrem-se do Filósofo) do desenvolvimento seguinte: mênis, a ira de Aquiles, e as suas consequências nefastas.

Já entramos, então, na ação propriamente dita, sem mais delongas. O bardo pede para a deusa cantar a ira destrutiva de Aquiles, filho de Peleu; que mandou tantos aqueus ao Hades, seus corpos de presa para cães e aves de rapina.

Isto tudo, no nono ano da guerra de Tróia, pois um sacerdote da cidade de Crisa veio às naves dos dânaos/aqueus/gregos resgatar a filha, espólio de guerra de Agamêmnon, irmão de Menelau; aquele, rei-de-homens, se ultraja e manda o velho embora. A mulher é dele.

Sôfrego, ao longo do mar polissonante, o velho sacerdote roga a Apolo, flechicerteiro, para vingá-lo, se ao deus agradou, alguma vez, o perfume das gordas coxas incensadas. Apolo, com seu arco-de-prata (argurotoksos) senta-se numa elevação perto das naves dos aqueus e manda seus arcos, com um horrísono clangor, na direção do acampamento, matando os cães e mulas primeiro, e depois seus donos. Ruína cai sobre o povo.

No décimo dia de matança Aquiles, o semi-divino, convoca o povo à assembléia, pedindo a opinião de um adivinho, a razão da cólera do deus. Calcas se levanta, pede a proteção do forte Aquiles contra a ira de um homem, o mais poderoso entre todos, e fala então do agravo de Agamêmnon. Este, com os olhos negros voltados para Calcas, fala que retornará, enfim, a moça ao pai se for presenteado com outro prêmio.

Aquiles diz que é injusto dividir o dividido, que ao final da guerra ele será premiado três, quatro vezes mais; Agamêmnon discorda, ameaça tomar a força a moça que coube de prêmio a Aquiles. Ao que tudo indica, Aquiles se afeiçoou e assim começa a contenda, o quiprocó que é o desenrolar todo da Ilíada. Aquiles se retira da guerra e só volta 20 livros depois, quando o seu companheiro Pátroclo é morto, passando-se por ele, instilando ânimo nos já exangues gregos ("Aquiles é nosso muro nesta guerra má".)

2 comentários:

Pedro Markun disse...

Ola,

sou editor do Jornal de Debates ( www.jornaldedebates.com.br ) um espaço de livre-discussão na Internet. Esta semana estamos propondo o tema ‘O vestibular é justo?’ e gostaríamos de convidá-lo a escrever sua opinião.

Grato,
Pedro Markun

Anônimo disse...

tem como voce me resumir o LIVRO , A ILIADA/O PREMIO . Da Editora Formato , Autora : Sonia Rodrigues ?
Grata . ;D