sábado, 23 de abril de 2005

Covardia

Conheci, esta quarta-feira passada, a concubina de uma amiga minha. Concubina entre aspas, certo; está morando com ela. É alta, morena, tem a pele do rosto e do pescoço suave como pêssego, e parece um menino para quem olha de primeira. Bermudão, corrente no pescoço, cabelo curto; um tesão.

Ora, as duas saem da Concorde, atravessam a rua pra pegar um táxi, e se postam na esquina. Neste momento vem um carro rápido, e tudo muito rápido, esta guria recebe uma pancada de um bastão, algo assim, do pessoal de dentro do carro. Braço esquerdo, parte das costas; ela cai na hora, e minha amiga só pensa em socorrê-la. Ninguém anotou a placa, ninguém sabe, e ninguém vai saber, a não ser estes covardes.

Este alguém é filho? É pai? É irmão? Este alguém chegou em casa e dormiu um sono bom?

Se fosse alguém mais baixo e menos forte, uma pancada desta na nuca arrombaria, decerto. Estou chocado, e não sei o que dizer, principalmente depois da minha noite de ontem.

Maldita cidade provinciana, e malditos os seus filhinhos de papai.

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