segunda-feira, 18 de abril de 2005

Abril

Enquanto caminhava na madrugada, escutando vozes inexistentes e vendo vultos humanos feitos de recortes de sombras míopes, tomei uma decisão muito interessante e gostosa.

Começa a esfriar; mais dias de aclimatação, mais dias de frentes frias e vento sul, e mais dias de céus azuis anil. Abril, além de ser a época gloriosa em que eu saí, capixaba, de dentro do útero da minha mãe, é a mais linda parte do ano. A mais fértil em encontros, em conversa de pé de ouvido, de pé de mesa, ao pé da serra. Em dois meses veremos nevar em Urubici; glória e hosana.

Até lá decidi que lerei Italo Calvino, Jorge Luis Borges e Graciliano Ramos.

Em escala menor, quero o que resta do Neruda e da madame Hilst.

Também revisitarei a receita de frigideirada de castanha de caju verde em Tieta.

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