sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Luz do sol

Estou, agora, esperando o sol abaixar um pouco antes de me meter debaixo dele; dia lindo, lindo, lindo, e espero que não nuble de tarde como tem acontecido nos últimos três ou quatro dias.

(re)descobri que luz do sol é fundamental pra manter o meu humor na linha.

Me lembrei, agora, de quando, em meio ao meu "colapso depressivo", só fazia quatro coisas, todo santo dia:
  • caminhava,
  • comia,
  • dormia e
  • pegava sol.

Somente o necessário, e nada mais. Um baita aprendizado, se querem saber.

O meu humor é um bicho meio esquisito. Um tanto desesperador, confesso; desespera acordar um dia e simplesmente não conseguir levantar da cama por... nada. Não se sabe. Não se sabe se é ansiedade, ou o sintoma de uma falta de uma ina qualquer no cérebro, ou pura e simplesmente não ter razões pra acordar.

E os dias que fico alternando entre hipomaníaco e depressivo?

No passado, levado a pensar como vítima de algo que não poderia mudar com a minha vontade, seduzi a minha psiquiatra na época, e tentei convencê-la de que poderia ter alguns sintomas sérios de DDA, distúrbio de déficit de atenção. Ela pensou, conversou comigo, e fomos pro lado do Bipolar II.

Eu realmente fiquei empolgado com a possibilidade de estabilizar o meu humor.

Depois de três dias tomando Depakote, comecei a passar mal, ficar enjoado com tudo, e cheguei à conclusão solitária de que ficar enjoado era pior do que ter um humor bipolar.

Nunca mais voltei à psiquiatra; até mesmo o Wellbutrin, que estava já agendado para a parada, eu parei sozinho.

Daí a Gabi me indicou um outro psiquiatra que, aleluia, me tratou como ser humano e me fez ver a responsabilidade que eu teria de assumir, caso realmente quisesse começar um tratamento medicamentoso.

Na hora fiquei fulo, claro; eu lá, querendo simplesmente me livrar de algo que estava aos pouquinhos arruinando a minha vida, e ele me fala de responsabilidade? Mas como ser responsável, se tinham dias em que eu não acordava, e tampouco sabia o que faria no novo dia... e então me via em um humor "fantástico", cheio de vontade de fazer coisas, e mirabolar com o inexistente que herdava do dia anterior...

E ele fez questão. Eu teria de me decidir.

(Obrigado, Géder; no final das contas...)

No final das contas, aqui estou, sem remédio nem médico.

Descontados todo o leque de outras pessoas e situações, entre o comportamento auto-destrutivo de porres de vodka (bem gelada!) e família, foi este incidente que me fez ver, em termos "puramente" pessoais (e, por isto, muito mais prementes como teoria), a força do relacionamento entre pessoas numa terapia.

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